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quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

††† Uma duzia de rosas vermelhas, querida!

 

Numa lápide do cemitério,
Deixaram envoltas em fitas,
Uma dúzia de rosas vermelhas.
A foto era amarela e antiga,
Inscrição apagada,descolorida.
Provavelmente uma namorada,
Um amor que se foi...

Eu nunca ganhei rosas vermelhas.
Como invejei aquela morta,
Que mesmo estando deteriorando,
Se fazia desejada, amada, lembrada
E eu aqui mofando...em vida!
Uma alma fúnebre que respira
E nunca ganhou rosas...

Peguei as fitas e joguei,
Uma a uma, no túmulo ao lado.
Cada botão de rosa que eu tocava,
Morria, murchava, condenado
A ser um morto-vivo despeitado,
Como meu coração ali se mostrava,
Um mero órgão desapaixonado...

E a foto da inscrição apagada,
Verteu duas lágrimas caladas,
Longe da percepção humanamente sentida.
Chorou por ter em morte gesto tão pleno de vida:
__Uma dúzia de rosas vermelhas querida!
E nem percebeu que haviam lhe roubado,
Nem as flores, nem as fitas...

Disso aprendi que o que vale
Não são as rosas que por ventura receba,
Mas o amor que por certo distribua,
Que faça, mesmo em morte, ser lembrada,
Mesmo depois de deteriorada,
Continuar a ser desejada e querida.
Isso é só para os que foram plenos em vida!


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